18.11.07

Berlim

8.10.2007

Visto da janela do hotel, em Berlim, o primeiro dia da nossa viagem estava lindo, e parecia muito agradável. Chegando à Alexanderplatz, contudo, tivemos um duro choque de realidade: o sol, ardiloso, escondia um frio miserável.



A praça continua em obras, mas numa das esquinas ficou pronto o Alexa, um lindo shopping do tamanho certo, com lojas bacanas como a Zara e a H&M.

Desisti de alugar bicicleta porque a idéia de ampliar o frio com vento na cara não me apeteceu em nada; em vez disso, segui pela Unter den Linden, cumprimentando os prédios que já me são familiares e parando para tirar fotos aqui e ali.

A Capi tomou outro rumo, impaciente com todas essas paradas.

No fim da tarde, enquanto eu esperava o metrô, um desconhecido me entregou um envelope e sumiu na multidão. Dentro dele, uma foto meio escura, obviamente revelada às pressas.




Reconheci a Capi, reconheci o Café Balzac (onde gosto de parar para ler os jornais), mas não consegui descobrir quem estava com ela.

9.10.2007




Hoje foi um dia de trabalho duro para mim.

Sabendo disso, a Capi nem saiu do quarto. Ficou recarregando as baterias.

No fim da tarde voltei para deixar o notebook e pegar mais um casaco antes de seguir para uma entrevista da Alcatel no Ritz.




-- Ritz?! -- assanhou-se a Capi. -- Você disse Ritz?!



(Puttin on the Ritz | Fred Astaire(

De lá, fomos jantar no restaurante que fica no alto do Reichstag. A arquitetura é interessante: o projeto manteve a parte que não veio abaixo durante a guerra, e criou uma estrutura de vidro muito leve e atraente por cima.






Um princípio parecido foi adotado na Potsdamer Platz, onde o que sobrou de um palacete foi incorporado à nova e radical paisagem, como uma espécie de sarcófago transparente.



10.10.2007












11.10.2007






A Capi quase me levou à loucura, experimentando roupas em todas as lojas hype de Berlim.

Quando finalmente encontrou algo do seu gosto, mandou que eu segurasse a conta enquanto ela tirava a escada, e partiu para a noite, lépida e fagueira.

12.10.2007




Acordei cedo para tomar café. Quando voltei, os dois estavam conversando em frente à janela. Entrei pé ante pé, fiz a foto e saí para as últimas compras na Alemanha.

Acho que nem chegaram a notar minha presença.

Enquanto isso, no Rio...











(Fotos e idéia do Lucas)

Paris


13.10.2007




No Café de Flore, enquanto se distraiam vendo as pessoas que passavam, os dois se lembraram do Café Balzac, em Berlim, e de como se conheceram.






Fizeram planos impossíveis e sonharam com o futuro, apesar de saber que dois aviões os separariam em breve.






Ao pôr-do-sol, viveram momentos românticos únicos e banais, como tantos e tantos antes deles.






Abraçaram-se antes de ir para o aeroporto, comovidos, mas sabendo que sempre terão Paris.




14.10.2007






O Teddybär marcou passagem para o mesmo horário da Capi.

Negócios urgentes o esperavam em casa, e ele pegou o avião para Berlim sem saber que ela ainda passaria outras 24 horas no Velho Continente: tão perto, e tão longe.






  • A Capi deu umas voltas por Paris depois do overbooking, mas a cidade tinha de certa forma perdido a graça. Cantarolou Cole Porter baixinho para se consolar, foi à Grande Épicerie onde se fartou de comidinhas maravilhosas, e, afinal, descobriu que Paris não chega a ser um mau lugar para curtir uma fossa.






    Em Berlim, o Teddybär tentou se curar da ressaca amorosa à maneira local, com uma ressaca daquelas. Os resultados da terapia são desconhecidos.



    Não tivemos mais notícias dele.

    Quanto à Capi, trancou-se no armário assim que chegamos ao Rio. Não quer falar com ninguém e é impossível prever quando a veremos novamente.



  • 17.11.07

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